Paulo é o mais belo rebento da Arvore do Cristianismo. Dentre todos os grandes na Fé, que se distinguiram pela sua dedicação e amor à causa de Jesus, Paulo é o Espírito cuja luz ultrapassa a todos os anseios da Caridade, é a Sabedoria que excede a todas as ciências, é o prodígio de todos os prodígios, é a coragem, a energia que afronta todas as grandezas, é o Gênio inigualável de todos os tempos. Só de um Espírito se sabe, que a Humanidade reverencia, admira, adora e está em esfera superior a do Apóstolo das Gentes: Nosso Senhor Jesus Cristo. Dotado de grande saber, iluminado por uma inteligência singular, revestido de um critério extraordinário, o Mestre dos Gentios teve a felicidade invejável de ser convertido à Verdade pelo Espírito de Jesus Cristo, que fez dele o seu Vaso de Honra, para que levasse às gentes a Palavra da Redenção! A conversão de Paulo é o fato mais culminante da Vida do Cristianismo. 388 O brado de Damasco: Saulo, Saulo, Eu sou Jesus! Duro te é recalcitrar contra o aguilhão: é o brado da Imortalidade e Comunhão Espírita, que se repete, hoje, pelo mundo todo chamando os homens ao Caminho, à Verdade, à Vida! Todos os discípulos de Jesus receberam o ensino oral da Divina Doutrina durante a encarnação do Messias; só Paulo o recebeu depois da desencarnação do Nazareno. Todos presenciaram, testemunharam mil prodígios que o Embaixador de Deus produzira como prova da sua missão. Somente Paulo foi testemunha de um prodígio que o fez arrostar todas as ameaças, todos os perigos, toda a perseguição: a aparição do Filho de Deus! Todos receberam conselhos, dádivas, promessas; ora era o pedaço de pão, ora o vinho, ora os peixes, ora os milagres, ora a Doutrina, ora o auxílio pecuniário; Paulo recebeu o próprio Espírito do Mestre, que o assistia, como Elias repousava sobre Eliseu. Por isso foi ele o maior de todos, por isso ele é o maior de todos: Já não sou mais eu quem vive, mas o Cristo é que vive em mim; já não sou mais eu quem fala e quem age, mas o Cristo é que fala e age em mim, dizia o grande missionário. Paulo é o primus inter pares dos porta-vozes do Cristianismo; o seu desapego das mundanas glórias e dos vis interesses terrenos realça-se de modo frisante nas páginas do Novo Testamento: “Nunca fui pesado a quem quer que seja; para a minha subsistência, e para auxiliar os que me são próximos, estes braços me serviram.” Paulo era tecelão, fabricava ou manipulava tendas de campanha. Não houve dominador nem domínio com fortaleza para separar o Apóstolo do seu Mestre querido: “Quem me separará do amor de Cristo Jesus? A saúde, a enfermidade, a abundância, a miséria, as potestades, a vida, a morte? Nada me separará do Amor do Cristo.” 389 Conhecedor de todos os “mistérios”, de todo o motivo da Vida e da Morte, nas suas memoráveis Epístolas ressaltam, como chispas luminosas, a sobrevivência humana, a comunicação espírita a reencarnação, a evolução para a perfeição, para a salvação final de todos os seres vivos, na Vida Eterna e Bem-aventurada do “Deus Desconhecido” que ele anunciava a judeus e gentios. Revestido de admirável humildade, era, entretanto, dotado de um gênio inflexível: nem as feras o apavoravam! Ferido na face pelo sumo sacerdote Ananias, no Sinédrio, não pode conter-se ante a afronta: “Deus te ferirá, parede branqueada! Tu estás aí sentado para me julgar segundo a Lei, e contra a Lei mandas que eu seja ferido?” No Adriático, é ainda Paulo com a sua coragem cristã, que afronta a tempestade, embora prisioneiro que era, e salva a tripulação do desânimo e do naufrágio! Na Ilha de Malta, uma víbora morde-lhe a mão e os indígenas exclamam: “Este homem é verdadeiramente homicida, foi salvo do mar, mas a Justiça não o deixou viver!” Mas o Mediador de Jesus Cristo sacode o réptil no fogo, continua com a calma que lhe era habitual; e vendo novamente os gentios que o doutor do Apostolado Cristão era invulnerável ao veneno, proclamaram-no deus. Paulo é verdadeiramente admirável: antigamente seus lenços, seus aventais, curavam os doentes, hoje, só o seu nome ergue o nosso espírito abatido por mundanas lides! Salve, Apóstolo Venturoso, roga a teu Mestre por mim e ampara-me com o poder da tua fé e a luz da tua sabedoria!
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